segunda-feira, 24 de setembro de 2012
desconhecida
me viste na rua,
nem mesmo 'bom dia!',
me criticas ao longe,
mas me querias em ti!
olho e desolho,
ignoro algumas regras,
quebro outras algumas,
me organizo como quero.
não respeito a corte,
não me inspiro em nobreza,
vivo a perguntar,
vivo a me perder!
quem sou eu franca alma?
diz me tu leitor curioso?
nao sou fácil de conhecer?
não, com teus olhos não sou...
falaste de mim em tuas guerras,
sou o lema de todos teus povos,
pena que meu conceito não sou eu,
sou eu preso e triste!
me mutilaste e me estupraste,
me pronuncias em tua boca suja,
e não estou em teu coração,
te iludes que me ama...
se um dia estinguires o egoísmo,
te livrares dos grilhões culturais,
se conseguires perguntar e ouvir,
então me conhecerás...
se conseguires ser o dono da tua vontade,
mestre das tuas escolhas,
e juntamente conseguires respeitar teu irmão,
me conheceras então, finalmente...
sou eu a onda ascendente do crescimento e da paz,
sou o detentor da renuncia e do amor inconcicional,
me defino como um crescendo texto poético qualquer,
me tenhas em teu coração e tu serás imenso e grande...
mas ainda dormes,
acordarás um dia,
e estarei lá,
me chamarás Liberdade.
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
a porta
de súbito abri meus olhos, da penumbra de um quarto escuro
vinha minha respiração, forte, ruidosa, estremecida. chovia quando o
trovão me acordara. do sono de sombras e ondas do descanso, fora
jogado novamente ao mundo dos vivos, dos vivos de baixas frequência
molecular, de corpos sólidos e mentes ainda vazias de inteligência e
cheias de instintos... cheias demais.
estava sozinho, o som da chuva torrencial me acariciava as
têmporas onde agora habitava a sensação de um pulsar doloroso,
afinal, fora arrancado do seio de meu descanso, prontamente meu corpo
reclamara.
busquei os joelhos e logo estava de pé, sentia-me zonzo e
perdido, me sentia tão pequeno quanto a realidade permite em relação
ao universo... que erro divinamente diabólico pudera gerar vida que
sabe da própria existência? quais as excessões de regras foram
encontradas simultaneamente ao longo do univérso ao ponto do absurdo
ser possível: a vida, seja ela com inteligencia ou sem... nós, a
exemplo, ainda estamos sem, ainda assim, a vida que se percebe.
sentia-me só nesse mar de dúvidas, dúvidas essas tão úteis
quanto a fé na hora da morte... todos nós morreremos, independente do
crédo, todos nós não saberemos resposta sequer.
tentei aquietar meu coração, sentei-me ao lado da janela de
meu apartamento, o mundo era lavado com o leve som da chuva,
perfeito...
claro que eu jamais chegaria a resposta alguma... por que eu?
infelizmente todos se perguntam isso. qual meu propósito?
infelizmente... e assim seria para qualquer pergunta.
conclui que talvez fosse melhor voltar para hades, de nada
adiantaria perguntar ao universo, seja lá quem o criou, o fez sem
orelhas e sem boca. só poderia respirar até o fim dos meu dias,
chorar todas as vezes que se partisse meu coração e amar do fundo da
alma todas as pessoas que me permitissem tal entrega.
deitei-me após a reflexão, curiosamente senti-me honrado...
honrado de ser uma sucessão de tantos erros ou excessões do universo,
senti-me brutalmente original e incrível simplesmente por existir
dentro de tais circunstâncias infimamente prováveis e parti-me a cama
com paz de espírito, nenhuma resposta e uma bela pitada de gratidão.
vinha minha respiração, forte, ruidosa, estremecida. chovia quando o
trovão me acordara. do sono de sombras e ondas do descanso, fora
jogado novamente ao mundo dos vivos, dos vivos de baixas frequência
molecular, de corpos sólidos e mentes ainda vazias de inteligência e
cheias de instintos... cheias demais.
estava sozinho, o som da chuva torrencial me acariciava as
têmporas onde agora habitava a sensação de um pulsar doloroso,
afinal, fora arrancado do seio de meu descanso, prontamente meu corpo
reclamara.
busquei os joelhos e logo estava de pé, sentia-me zonzo e
perdido, me sentia tão pequeno quanto a realidade permite em relação
ao universo... que erro divinamente diabólico pudera gerar vida que
sabe da própria existência? quais as excessões de regras foram
encontradas simultaneamente ao longo do univérso ao ponto do absurdo
ser possível: a vida, seja ela com inteligencia ou sem... nós, a
exemplo, ainda estamos sem, ainda assim, a vida que se percebe.
sentia-me só nesse mar de dúvidas, dúvidas essas tão úteis
quanto a fé na hora da morte... todos nós morreremos, independente do
crédo, todos nós não saberemos resposta sequer.
tentei aquietar meu coração, sentei-me ao lado da janela de
meu apartamento, o mundo era lavado com o leve som da chuva,
perfeito...
claro que eu jamais chegaria a resposta alguma... por que eu?
infelizmente todos se perguntam isso. qual meu propósito?
infelizmente... e assim seria para qualquer pergunta.
conclui que talvez fosse melhor voltar para hades, de nada
adiantaria perguntar ao universo, seja lá quem o criou, o fez sem
orelhas e sem boca. só poderia respirar até o fim dos meu dias,
chorar todas as vezes que se partisse meu coração e amar do fundo da
alma todas as pessoas que me permitissem tal entrega.
deitei-me após a reflexão, curiosamente senti-me honrado...
honrado de ser uma sucessão de tantos erros ou excessões do universo,
senti-me brutalmente original e incrível simplesmente por existir
dentro de tais circunstâncias infimamente prováveis e parti-me a cama
com paz de espírito, nenhuma resposta e uma bela pitada de gratidão.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
perda
te repudio,
realidade suja,
estou em dor,
em perda...
tomas-te a,
imoral e vil,
almaldiçoo-te,
em perda...
quero chorar,
mas só vazio,
amaldiçoado,
perdido...
fúria completa,
contenho,
fecho os olhos,
sofrerei...
ao fim de tudo,
viverei,
abrirei os olhos,
dor em cicatriz...
mundo roto,
endurecerei,
mais e mais,
em sequela...
te repudio,
deus do destino,
cuspo a teus pés,
em desdém...
olha para mim,
sangra-me joelhos,
e te caçoo,
em invencibilidade...
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
primatas
e agora filho? que sera de ti?
agrediste teu irmão por traição,
mas se um dias precisares de pão?
ai então pedirás desculpas?
será tarde demais...
até mesmo as boas almas te negarão.
e agora nobre peregrino?
usastes de teus amigos por interesse,
tenha um dia no mundo com amigos,
mas não queira viver 10 anos só,
chorarás por ti mesmo...
o único pobre será tu em esírito.
que será de ti bela figura?
usastes de mulheres por instinto,
em meio ao suor e movimentos conjuntos,
esquecestes por querer o amor,
sua beleza envelhecerá...
serás vazio como teu coração fora.
e agora?
agora é tarde demais,
se não é será,
ao perdedor a humilhação,
ao ignorante a loucura,
serás louco!
serás irresponsável?
pois o cancêr também o é,
células rotas de harmonia,
ao todo a morte trará,
e aos teus próximos ferirás,
sequer perceberás?
rogo que o mundo sobreviva,
pois tua ignorancia é a de todos,
e o mundo em tal rumo sufocará,
na ignorância teu único inimigo,
te vence a todo momento facilmente,
2 mil anos e ainda és um pobre prima.
agrediste teu irmão por traição,
mas se um dias precisares de pão?
ai então pedirás desculpas?
será tarde demais...
até mesmo as boas almas te negarão.
e agora nobre peregrino?
usastes de teus amigos por interesse,
tenha um dia no mundo com amigos,
mas não queira viver 10 anos só,
chorarás por ti mesmo...
o único pobre será tu em esírito.
que será de ti bela figura?
usastes de mulheres por instinto,
em meio ao suor e movimentos conjuntos,
esquecestes por querer o amor,
sua beleza envelhecerá...
serás vazio como teu coração fora.
e agora?
agora é tarde demais,
se não é será,
ao perdedor a humilhação,
ao ignorante a loucura,
serás louco!
serás irresponsável?
pois o cancêr também o é,
células rotas de harmonia,
ao todo a morte trará,
e aos teus próximos ferirás,
sequer perceberás?
rogo que o mundo sobreviva,
pois tua ignorancia é a de todos,
e o mundo em tal rumo sufocará,
na ignorância teu único inimigo,
te vence a todo momento facilmente,
2 mil anos e ainda és um pobre prima.
bloco (textil) do eu sozinho II
ao longo do meu dia cinzento decidi explorar minha
dúvida, tirar teias do sotão das minhas idéias, inspecionar as
engrenagens que compunham minhas crenças, n'algum lugar deveria
estar a origem de meu desconforto, não seria possível levar essa
'pedra no sapato', que já se tornara 'tijolo' a essas alturas.
como medida inicial, decidi ser o observador de meu sentir, do
momento seguinte em todas minhas ações, olharia pra meus
sentimentos na atividade qualquer que estivesse, buscaria pistas
da origem da minha tristeza que até então era intangivel a minha
consciência diária semidesperta.
transitara o dia distante, olhava ao longe aos olhos
familiares mas de fato olhava para mim mesmo, tinha por certo
uma sensação estranha, muito pouco daquilo eu havia feito em
toda a minha vida e ao longo da mesma havia caminhado com muitos
sentidos ao lado externo de minha existência, sentia talvez que
de fato não conhecia esse porção de mim, um desconforto de estar
a sós com alguém recém apresentado, nenhuma descrição melhor.
tomara café inicialmente e após um banho quente, me
vestira, pegaria a chave do carro e rumaria ao trabalho... por
todo o trajeto percebi um silêncio, um silêncio mudo, meu
silêncio... ri ao perceber que de fato se tratava de meu
interior, acho que gritara, esperneara e ultimamente já mordia
meu corpo físico o mais forte que conseguia, não por acaso minha
sensação era por vezes de dor em meu peito angústiado, por minha
longa existência jamais havia lhe dado atenção, lhe escutado,
sequer olha-lo, de fato nunca o tinha visto.
consegui escutar os aráras gritando em árvores, gaivotas
gorjeando ao passar pela ponte que cruzava lago rumo ao
trabalho, o sol estava alto, poucas núvens eram vistas, uma leve
brisa de primavéra soprava, o lago parecia oceano, azul e
levemente agitado, o dia era claro, claro demais, agora eu o
percebia, dentro de meu silêncio, onde diabos EU estive que
olhara tudo isso sem nunca ver nada? maldição! o que mais não
pude perceber?
ao chegar no trabalho, dei bom dia ao porteiro do
prédio, percebi seu sorriso e me pus a pensar... nunca tinha
visto, em alguns meses, o pobre diabo com menos que essa
recepção humilde mas resiliênte: esse mesmo sorriso, um leve
abaixar e levantar rápido de cabeça e um tranquilo 'bom dia'.
meu deus, o que mais não percebi? claro, eu iria descobrir que a
soma não era tão contida quanto o agir do porteiro.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
bloco (textil) do eu sozinho I
hoje acordei pesado, bebera a noite passada... por certo que o costume ao álcool tenha me deixado, já não o usara a certo tempo, trabalhava demais, o momento era de construir, não de relaxar, cobranças pessoais levavam-me a continuar nesse momento 'construtivo' mais tempo do que julgara necessário... enfim, não fujamos da reflexão inicial. me acordara pesado, com um certo pesar em meus ombros, minha cabeça doía de uma certa dose de ressaca, moral e física, não sabia ao certo por que da parcela mental, mas ao me forçar ainda em despertar para me sentar na cama, levei as mãos ao rosto e os cotovelos as pernas e questionei o que havia de errado em mim, uma certa tristeza, um certo sentimento de solidão me tomava conta dos pensamentos em meus últimos meses, não soubera explicar, minha cama nunca ficara vazia, meus amigos sempre ao meu lado nos momentos bons e turbulentos, minha família apesar de fragmentada e espalhada, gozava da saúde de seus integrantes, tudo ia bem, mas algo faltava... me levantei então e parti para meu dia.
súplica
hoje estou triste,
não explico,
apenas sinto,
sinto-me só.
ecoa meu coração,
bate demorado,
desanimado,
nublou-se tudo.
no silêncio escuto,
meu amor acabou,
sem pulsos,
meu amor morreu...
queria sorrisos,
eles arrancariam-me,
a angústia do peito,
e dormiria leve...
mas pareço louco,
me imponho castigo,
devo sofrer!
devo sofrer!
perdi minha vontade,
não preciso de mim,
meu sangue negro,
envenena-me a alma!
ó ceu e deuses,
roguem por mim,
me sinto indo,
deixando-me...
estou triste,
intangível,
triste,
e mais triste...
domingo, 5 de agosto de 2012
conduta
amanhã serei forte,
mais forte do que hoje,
afrouxarei mais os nós,
que me prendem a ignorância.
serei mais cru e indiferente,
aos desprovidos de respeito,
olharei os honestos nos olhos,
levantarei os humilhados.
da minha dor lancinante,
encravada pela injustiça,
brotará como de um parto,
a honestidade da vida.
aos que ofendi e usei,
sempre carregarei sua dor,
a vestirei e a mostrarei,
todos devem saber.
não poderia ter direito,
ao choro de meus erros,
nem de erros contra mim,
mereço a soma justa da punição.
da ignorância irresponsável,
mastiguei sentimentos,
pisei em almas límpidas,
sei que jamais as mereci.
das lágrimas que derramei,
meu combustível infinito,
punho cerrado e cabeça erguida,
caio agora e venço amanhã.
busco a paz do equilibrio,
em meio a cicatrizes,
da seleção bruta da vida,
das dores em meu coração.
gostaria de ter respostas,
seria a buçola da ascenção,
mas tenho só pensamentos,
se é que eles já não bastam...
à vida o meu juramento:
meus erros jamais negarei,
a responsabilidade não fugirei,
meu peito sempre estará de frente.
dentre meu mundo de espinhos,
estou sendo indestrutível,
pois a cada tombo me levanto,
sangra meu rosto, não meu espírito.
terça-feira, 31 de julho de 2012
despedida
hoje despeço-me,
digo tchau a tudo,
a todos e mais,
hoje morro novamente.
decidi pela vida,
então devo morrer,
meu eu já roto,
jaz morto sem mim.
novo eu deve ser,
alvorecer d'uma era,
era um eu menos eu,
menos eu que agora...
agora é o tempo,
presente é uma rosa,
tão belo e tão tudo,
não por acaso presente.
ri de mim mesmo,
descobri-me criança,
sorrio contente,
livre sou eu!
aproveite o dia,
conceda 'bom dia',
sinta algum dia,
o sabor de poesia!
mas não se perca,
já em aviso,
tenha seu porto,
um porto seguro!
carregue as pilhas,
lave sua alma,
pois o mundo é duro,
e as lutas injustas!
mas não tarde,
corre seu mundo,
enfrente sua vida,
indômito desejo!
morra sempre,
para viver sempre,
apanhe do mundo,
sem desistir da vida.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
olívia
olhas em meus olhos,
minta convicta,
quebra meu encanto,
deixa minha vida...
deixa-me só,
estarei em dor,
ferida que dói,
e que se sente.
passarás,
assim como tudo,
morrerás,
sumirás.
estarei em paz,
sereno profundo,
jamais correrei,
mas vou t'encontrar.
morrerei tentando,
escravo de mim,
ergo me sempre,
idéia sem fim.
pior dos teimosos,
convicto cego,
procuro-te sempre,
irei t'encontrar.
me preparo,
erros tortos,
conversas chulas,
beijos secos...
tropeços bobos,
olhares em vão,
respostas de 'não',
o caminho do fim...
fim da espera,
meus erros te acham,
serei já um adulto,
então me olharás.
acariciarei tuas idéias,
beijarei tuas convicções,
gozarei em teu cérebro,
serás mãe de um coração.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
redenção
pesa-me os olhos,
vermelho fadiga,
pesa-me a cabeça,
roxo vergonha.
d'autopiedade crua,
automutilação,
me irrito de culpa,
vítima própria!
nunca é tarde,
espero de fato,
conserto espelho,
perdôo o perdão.
divago em vento,
estou a voar,
liberto de mim,
amarras sangrantes.
tentarei hoje,
tentarei sempre,
preciso ser vivo,
preciso ter paz...
espero de mim,
espero demais,
sem pensar,
me abandonar!
deixo-me vivo,
deixo-me solto,
esqueço de mim,
e de mim lembrarei.
fatos apenas são,
viver é não ser,
viver é sentir,
sentir nem pensar!
ambiguo de fato,
em duas verdades,
infinitas que são,
basta saber.
sem culpa
nem perdão,
escolha,
em paz.
terça-feira, 22 de maio de 2012
escárnio
dor corre-me crua,
rasga meu ventre nu,
agonizo ao excrucio,
entrego-me a morte.
olhem-me covardes,
escondam-se entre si,
multidão sem cara,
com uma cara só...
minha face dada ao tapa,
apanha da maioria insana,
julgamento profano,
maioria sem bom senso.
olha minha morte,
ávida por um culpado,
sustentarão sua demência,
e se dirão convictos.
apenas maioria,
sem peso nem idéias,
pensa igual a nós?
mais pesado nosso voto.
podridão maldita,
domínio ao fraco,
darwinismo covarde,
mentes pútridas...
vis dominadores,
cruéis intenções,
apodrecerão em hades,
sorrirei dos prantos.
sou um dominado,
sou uma minoria,
sou a liberdade,
sou escravizado.
os covardes fétidos,
infames vendados,
com a venda da ignorância,
mutilam o próprio colo.
morrerão em sua grandeza,
pois tem número e só,
afogarão-se todos,
no mar da ignorância.
e eu minoria,
rirei de pronto,
depois calarei,
apenas terei piedade.
domingo, 13 de maio de 2012
alma de pássaro
impressões de fora,
nudez intelectual,
ninguém admitirá,
não saber quem é.
nada de mais,
admita,
perca seu chão,
convite a mudar.
pesque um pássaro,
assobia em triste,
canta em feliz,
infeliz?
não,
diferente,
brutalmente oposto,
a vida do alto...
asas ao vôo,
mude de perspectiva,
seja a calma do vento,
esconda-se da chuva...
sacuda-se ao se molhar,
seja o pássaro,
apenas por um momento,
cante quando infeliz.
voe alto,
voe grande,
la de cima veja paz,
tão tão procurada.
daí ela é visível,
o mundo menor,
mais simples,
livre...
acalme os ânimos,
seja livre,
cante na tristeza,
molhe-se na vida...
de nada valerá,
não tentar nada,
só um pouco diferente,
só um pouco pássaro.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
desesperança
curvo meu espirito,
arrependo-me no tudo,
até de me arrepender,
sou um covarde discreto.
pior tipo não há,
de fato é que me dói,
sereno e distante,
vazio e imenso.
choro em soluço,
mas de fato só calo,
triste angústia,
montada num cenho...
queria desistir,
queria subir,
queria descer,
quis nada ser...
vejo do mundo,
verdade demais,
minto pra mim,
sem verdade jamais.
hoje uma ilha,
doloroso escarnio,
solidão remota,
frio coração.
bate bate bate,
bate bate,
bate,
não mais bate...
daí um silêncio,
funebre funesto,
triste e vil,
coração que se pôs.
um dia foi meu,
viveu-se em vão,
espera no peito,
triste solução.
domingo, 29 de abril de 2012
cumulonimbus
chove ao meu lado,
chove em mim,
chuva serena,
chuva sem fim.
lava meu rosto,
lava-me o cenho,
fecho meus olhos,
esqueço de mim.
vou ao seu meio,
nada me cubro,
faces ao alto,
meu porto seguro.
assim sou eu livre,
senhor da chuva,
molhado de corpo,
lavado de alma...
a noite se vens,
me jogas em berço,
embalo sedoso,
escuto com calma...
lambe meu ouvido,
murmúrio sereno,
gozo-me em paz,
embalo pro sonho.
olhos fechados,
quase desperto,
sorrio contente,
assim me despeço.
chuva serena,
chuva bem-vinda,
enche-me a força,
acalma-me a vida
sábado, 28 de abril de 2012
morte e vida jesterina
e assim foi que deu-se,
em meio ao mar de breu,
fui golpeado pelo ar,
meu chão fora roubado.
e assim foi que se deu,
me vira caindo ao chão,
o mesmo que não existia,
celere pulso derradeiro...
ao que desistira do ar,
do chão e da esperança,
senti de certo conforto,
a paz intangível do fim.
quando de súbito caí,
ao impacto nada senti,
estava livre do medo,
era água afinal.
meu corpo cobria-se,
cada centímetro em frio,
frio abraço líquido,
nada via apenas sentia.
estava vivo novamente,
agora nadando pelo ar,
que antes abandonara,
agora importava vilmente.
e assim foi que se deu,
um devaneio em sonho,
me fez útil confidência,
vida sádica e irônica.
morra e encontre a vida,
viva e conheça a morte,
paradoxo indecifrável,
mas por certo que útil.
ao quase morto as batatas,
vivo e alerta o morto,
insatisfeito o vivo,
morrerá por certo de tédio.
Assinar:
Postagens (Atom)