sábado, 10 de maio de 2014

penumbra

hoje acordei desbotado,
tom de roupa beijada pelo tempo,
houvera uma tristeza em mim,
mais antiga que o mesmo beijo...

sentia uma pitada de paz,
quisera o dia estivesse nublado,
quando de fato o sol brandia luz,
eu desbotaria um tanto a mais...

seria da vida a tristeza?
seria da morte o desassossego?
seria da mente a paranoia?
seria do coração a serpete?

do acesso de mim não podia,
autoconhecimento incompleto,
com o sentido na penumbra,
era uma alma em desfeto...

agradeci em descompaso,
aos céus desse mundo,
ao receber vil penumbra,
ganhara chuva de garoa...

em meu rosto molhado e sereno,
enfim a tristeza a se mostrar,
me afagava de tamanho relento,
podia ser livre aos olhos terrenos...

do peito a dor se expulsava,
nas lagrimas que chorava,
a chuva me escondia do mundo,
na imensidão da tristeza profunda...