domingo, 27 de outubro de 2013

o óbvio

as vezes estamos só,
mesmo entre milhões,
as vezes estamos tristes,
mesmo envoltos em felicidade.

talvez nossos sonhos façam isso,
parece-me que eles são nossos,
e apenas nossos,
aprisionando todos os demais.

parece-me que sonhos são de uns,
mas como o verso de uma moeda,
a parte inversa é pesadelo,
ou algo vagamente na fórmula.

talvez no rosto triste da chuva,
um dia sereno e aconchegante,
apenas o lado da moeda,
um formato de lição diferente.

talvez felicidade,
talvez tristeza,
sejam ambos o mesmo,
em diferentes tempos.

ainda uma parábola matemática,
tudo que sobe deve descer,
o alegre deve entristecer,
e vice-versa.

de que se faz essa tal felicidade?
sentimento útil a sobrevivencia?
não mais útil e agora complicador?
devo parar de perguntar?

nisso perdi minha paz novamente,
de tanto que já perdi antes,
quem me leu sabe,
que ainda não me acostumei...

só sei que agora choro,
de tanto que me doi o peito,
mas nada derramo,
nesse dia de felicidade.