segunda-feira, 31 de outubro de 2011

tristonho

encosta-me calma,
doce fatalidade,
crua e nua de todo,
entalhe suave...

ó dor de fino trato,
achou-me bem triste,
doce tristonho,
tristonho chorei.

embala as lágrimas,
d'uma alma triste,
cujos ombros desistem,
desse mundo pesado...

carrego triste,
doce fatalidade,
doce tristonho,
amarga realidade.

divido o fardo,
espelho rachado,
escuto d'um requiem,
suave tragédia.

deixo esse mundo,
à sua própria morte,
de minha mente choro,
nada me resguarda...

agonizo em vida,
ouço uma marcha,
cruel solidão,
requiem da despedida.

acorde clássico,
de tudo tristonho,
hoje sou apenas tristeza,
apenas tristonho...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

coringa

falamos pouco,
calamos pouco,
erramos os tempos,
nosso humor é estranho.

talvez todos acham,
todos nós achamos,
vós achais também?
se nem eles se acham...

achamos demais,
não nos comprometemos,
fugimos de querer ser,
queremos apenas viver.

tudo culpa do antes,
meu ontem foi difícil,
sofri e mudei,
e hoje sou idiota.

até pra nos escondermos,
o discurso é montado,
cliché e piegas,
igual a série de tv...

temos pena de você,
que nem se quer se da conta,
que você é esse você,
pena de você sua parte do todo.

da-me seu discurso,
lhe direi seu custo,
previsível assim,
repetitivamente desmotivante.

mas esqueci de me apresentar,
me chamo idéia,
tenho muitos parentes,
somos uma familia rica.

rica e triste,
esquecida por você,
que não sabe que é você,
e acha muito que sabe.

acha,
novamente,
desgaste suspirante,
novamente...

seguirei aqui,
no porão das mentes,
com minha familia espero,
que um dia mais vocês não achem...