hoje acordei desbotado,
tom de roupa beijada pelo tempo,
houvera uma tristeza em mim,
mais antiga que o mesmo beijo...
sentia uma pitada de paz,
quisera o dia estivesse nublado,
quando de fato o sol brandia luz,
eu desbotaria um tanto a mais...
seria da vida a tristeza?
seria da morte o desassossego?
seria da mente a paranoia?
seria do coração a serpete?
do acesso de mim não podia,
autoconhecimento incompleto,
com o sentido na penumbra,
era uma alma em desfeto...
agradeci em descompaso,
aos céus desse mundo,
ao receber vil penumbra,
ganhara chuva de garoa...
em meu rosto molhado e sereno,
enfim a tristeza a se mostrar,
me afagava de tamanho relento,
podia ser livre aos olhos terrenos...
do peito a dor se expulsava,
nas lagrimas que chorava,
a chuva me escondia do mundo,
na imensidão da tristeza profunda...
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