sábado, 28 de abril de 2012

morte e vida jesterina


e assim foi que deu-se,
em meio ao mar de breu,
fui golpeado pelo ar,
meu chão fora roubado.

e assim foi que se deu,
me vira caindo ao chão,
o mesmo que não existia,
celere pulso derradeiro...

ao que desistira do ar,
do chão e da esperança,
senti de certo conforto,
a paz intangível do fim.

quando de súbito caí,
ao impacto nada senti,
estava livre do medo,
era água afinal.

meu corpo cobria-se,
cada centímetro em frio,
frio abraço líquido,
nada via apenas sentia.

estava vivo novamente,
agora nadando pelo ar,
que antes abandonara,
agora importava vilmente.

e assim foi que se deu,
um devaneio em sonho,
me fez útil confidência,
vida sádica e irônica.

morra e encontre a vida,
viva e conheça a morte,
paradoxo indecifrável,
mas por certo que útil.

ao quase morto as batatas,
vivo e alerta o morto,
insatisfeito o vivo,
morrerá por certo de tédio.

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