sábado, 12 de março de 2011

procura-se uma tal bondade!

e lá está o seu sicrano,
bonzinho até os ossos,
deve mais do que tem,
pois não nega ajuda a ninguém.

alma caridosa e verdadeira,
qualidades bíblicas,
no céu tem reservas de luxo,
entretanto temos um problema...

seu sicrano tem um motivo,
só não o entendeu ainda,
uma tristeza profunda,
que torna seu corpo pesado.

'como pode? simplesmente como?
por minha vida toda ajudei,
ajudei doentes e leprosos,
fiz como manda o figurino horas!'

'como pode eu não ter nada?!
59 anos de dívidas incontáveis,
solidão, sem amigos verdadeiros,
por que minha vida é assim ?!'

e lá ia seu sicrano,
igrejinha sim senhor!
jesus no coração e pensamento.
amém ó jesus todo poderoso!

pausamos então a vida alheia,
e vamos logo à análise tática,
poderíamos deixamos seguir no play
mas terminará em mesmo pano de fundo.

vi certa vez em um filme,
que a ajuda verdadeira,
ela deve ser feita sem espectadores,
mas como isso deve funcionar?

extender a mão em ajuda,
sem esperar retorno é vaidade,
ninguém é assim de fato, ilusão,
quem o faz, só oculta o retorno.

talvez a dificuldade seja esta:
sem absoluta recompensa,
faríamos uma ação assim?
ou será pura utopia filosófica?

largo a dúvida no ar,
questionar levanta respostas,
mas em tom de brincadeira concluo:
nem pensaria em discutir altruísmo...

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