sexta-feira, 11 de março de 2011

ensaio sobre a cegueira

não consigo ver,
meu momento não me permite,
sentir até sinto,
mas tudo mesclado com certa angústia.

em uma respiração profunda que faço,
meus pulmões se completam de ar,
mas ainda não consigo respirar,
é minha alma que está sem ar.

não consigo deixar de ver,
aliás é só o que consigo ver,
pertencemos a eywa, gaia, terra,
nomeie como quiser...

entretanto, agimos diferente,
como se pertencessemos a outro time,
o da ansia, rápido, fácil, agressivo,
é só o que consigo ver...

você irá morrer entregue,
ou morrerá tentando lutar,
a luta é vã, você irá morrer
todos nós iremos, a vida é crua.

achamos que a cozinhamos ou a assamos,
mas é apenas 3D tecnológico,
a vida é crua, crua quase cruel,
de fato cruel, certamente cruel.

estou cego, só vejo breu,
talvez não cego de fato,
mas o breu do time da angústia, aquele lá,
por algum motivo me ofuscou.

não intencionalmente, não nos degladiamos,
cada um vive em seu canto,
nossa contenda é no campo das idéias,
mas agora estou em trégua.

fui ferido, meu combustível se esvaiu,
estou perdido por estar sem brilho,
sem luz não vemos caminho algum,
por isso breu, é só o que vejo.

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