quinta-feira, 11 de agosto de 2011

pulsos engrenados

um dia ao ir dormir,
de repente uma denúncia,
do silêncio eu ouvira,
estalar meu coração.

antes já ouvira,
d'um pai sempre calmo,
sempre frio feito pedra,
estalava seu coração!

decidido fiquei,
do doutor logo saber,
que examinando exclamou,
engrenagens aí têm!

e assim confirmei,
a diferença fundamental,
não podia ser normal,
de fato não o era.

era de engrenagens,
disso era meu coração,
com ele não podia amar,
senão malfuncionava...

expurguei,
odiei tal herança,
mas no silêncio percebi,
nada mais eu tinha...

era dele,
meu poder de vida,
mas vinha dele a prisão,
que triste coração.

sofri calado,
toquei o peito,
gemeu as engrenagens,
em sol de solidão.

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