segunda-feira, 16 de maio de 2011

desdobramento

toca meu despertador,
o ruido melódico é incômodo,
por certo de tanto tocar,
o cansaço já me toma conta.

queria uma conversa reflexiva,
sem pressa, lenço ou documento,
num sol de quase dezembro,
mas meus amigos estão longe...

ao pensar tal pensamento,
me atraso novamente pro dia,
estou sem tempo pra pensar,
para planejar quem ser.

sentado na cama bocejo,
reflito meu vestuário,
ligo o automático e me visto,
o atraso me empurra à pressa.

ao atravessar cada rua travo,
mas apenas mentalmente,
queria sentar ao meio fio,
respirar, olhar o céu, parar...

enquanto ali, pensar em algo,
tipo um amor simples,
daqueles que nasce fácil,
mas em terreno difícil...

que dure o tempo de uma vida,
como um sorriso ou uma gentileza,
que não precisa de um rosto,
apenas de uma alma.

mas então me dou conta,
ainda sonolento e cru,
cheguei no destino diário,
hoje meu dia vai começar sem mim.

Um comentário:

  1. E aí eu me pergunto cara. O que é pior: ele começar sem a gente ou terminar ainda sem ...

    Tem músicas que, por melhores que sejam, as vezes dão no saco !!!

    E respirar, cara, as vezes não é só vontade. As vezes respirar é o que a gente faz quando possível. Já diria o @1berto. "Feche os olhos tome ar, é hora do mergulho ..."

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