domingo, 22 de maio de 2011

fluxo mo #1

olá você ai sentado!
pare de procurar,
olhe e também veja...
já está encontrado!


feche seus olhos,
aquiete sua mente,
pare de se debater,
deixe-se submeter.

bolha sobre o líquido,
impossivelvelmente real,
do caos da mente humana,
é possível uma anomalia...

a acalmia perfeita,
o espelho d'água interior,
liberte-se do pensar,
pare de se debater.

a liberdade de tudo,
o ser absoluto,
nem que seja em meio,
mas real, meio segundo.

seja esse tempo qualquer,
solte o freio,
pare de se debater,
deixe o pensamento fluir.

ele uma hora terminará,
e nada restará,
e você... ai sentado...
será absoluto e livre..

segunda-feira, 16 de maio de 2011

desdobramento

toca meu despertador,
o ruido melódico é incômodo,
por certo de tanto tocar,
o cansaço já me toma conta.

queria uma conversa reflexiva,
sem pressa, lenço ou documento,
num sol de quase dezembro,
mas meus amigos estão longe...

ao pensar tal pensamento,
me atraso novamente pro dia,
estou sem tempo pra pensar,
para planejar quem ser.

sentado na cama bocejo,
reflito meu vestuário,
ligo o automático e me visto,
o atraso me empurra à pressa.

ao atravessar cada rua travo,
mas apenas mentalmente,
queria sentar ao meio fio,
respirar, olhar o céu, parar...

enquanto ali, pensar em algo,
tipo um amor simples,
daqueles que nasce fácil,
mas em terreno difícil...

que dure o tempo de uma vida,
como um sorriso ou uma gentileza,
que não precisa de um rosto,
apenas de uma alma.

mas então me dou conta,
ainda sonolento e cru,
cheguei no destino diário,
hoje meu dia vai começar sem mim.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

o artista

como apresentar tal figura?
tão amplo nome da palavra,
veja pelos meus olhos,
espero que acredite...

o artista vê,
o artista pensa,
o artista sofre,
e termina louco...

o artista acredita,
o artista abstrai,
o artista sorri,
mas então se acorda...

o artista sente,
o artista fecha os olhos,
o artista então cria,
abre os olhos e inicia...

o artista é um preso,
o artista cometeu um crime,
o artista percebe demais,
condenado a prisão solidão...

o artista é só,
o artista tem um vazio,
o artista quer ser normal,
não quer ser artista...

compreendidos ou não,
provavelmente não,
todos eles morrerão,
e da vida só restará a arte...