quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

pedaço


a algum tempo tive um sopro,
era uma ideia apenas,
uma observação sobre o amor,
nas suas mais variadas formas.

tive um medo infantil de escrever,
mas ele ja se foi,
tentarei mostrar a simplicidade,
nada além de especulação.

quando amamos o próximo,
como um amigo fiel,
ou um filho carinhoso,
ou amando um certo beijo.

entregamos um pedaço do coração,
dentro dele existe um nós,
pequeno mas vivo e completo,
unido a nós como irmão gêmeo.

assim nos entregamos a alguém,
dai a responsabilidade intrínseca,
responsabilidade por cativar,
certo príncipe já havia dito.

quem recebe o pedaço,
recebe um todo em menor tamanho,
e deve cuidar ao máximo,
nem sempre acontece...

dai a dor quando se quebra,
a sensação é de dor imensa,
mas como pode se o pedaço saiu?
pois o pedaço ainda somos nós.

vivos como o coração que bate por si,
fora do corpo sem vida,
a dor é de fato nossa,
nessa parte está o nosso todo.

sejamos responsáveis,
distribuimos-nos para muitos,
cuidamos de poucos,
e claro, desgostamos dos resultados...

domingo, 10 de fevereiro de 2013

tormento


talvez nossas alegrias sejam sonhos,
que navegam fora de realidade,
talvez nossas dores sejam rasas,
nunca mostrando uma real insatisfação.

talvez nossa dor física seja uma réplica,
insuficiente mas representante,
da nossa tristeza intelectual,
será que somos todos tristes?

será que a ignorancia é uma benção,
e a dúvida o inferno?
não teremos respostas...
apenas mais perguntas.

somos cada um universos tão imensos,
que zonas de intersecção são difíceis,
impossíveis,
será que existem de fato?

se nossas alegrias são sonhos,
como compartilha-las?
estão em nossa cabeça,
como reproduzir o irreproduzível?

tantas perguntas,
tanta tristeza,
talvez o entendimento seja a resposta,
ou mais um canto de uma prisão sem paredes.