domingo, 5 de agosto de 2012
conduta
amanhã serei forte,
mais forte do que hoje,
afrouxarei mais os nós,
que me prendem a ignorância.
serei mais cru e indiferente,
aos desprovidos de respeito,
olharei os honestos nos olhos,
levantarei os humilhados.
da minha dor lancinante,
encravada pela injustiça,
brotará como de um parto,
a honestidade da vida.
aos que ofendi e usei,
sempre carregarei sua dor,
a vestirei e a mostrarei,
todos devem saber.
não poderia ter direito,
ao choro de meus erros,
nem de erros contra mim,
mereço a soma justa da punição.
da ignorância irresponsável,
mastiguei sentimentos,
pisei em almas límpidas,
sei que jamais as mereci.
das lágrimas que derramei,
meu combustível infinito,
punho cerrado e cabeça erguida,
caio agora e venço amanhã.
busco a paz do equilibrio,
em meio a cicatrizes,
da seleção bruta da vida,
das dores em meu coração.
gostaria de ter respostas,
seria a buçola da ascenção,
mas tenho só pensamentos,
se é que eles já não bastam...
à vida o meu juramento:
meus erros jamais negarei,
a responsabilidade não fugirei,
meu peito sempre estará de frente.
dentre meu mundo de espinhos,
estou sendo indestrutível,
pois a cada tombo me levanto,
sangra meu rosto, não meu espírito.
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