segunda-feira, 24 de setembro de 2012
desconhecida
me viste na rua,
nem mesmo 'bom dia!',
me criticas ao longe,
mas me querias em ti!
olho e desolho,
ignoro algumas regras,
quebro outras algumas,
me organizo como quero.
não respeito a corte,
não me inspiro em nobreza,
vivo a perguntar,
vivo a me perder!
quem sou eu franca alma?
diz me tu leitor curioso?
nao sou fácil de conhecer?
não, com teus olhos não sou...
falaste de mim em tuas guerras,
sou o lema de todos teus povos,
pena que meu conceito não sou eu,
sou eu preso e triste!
me mutilaste e me estupraste,
me pronuncias em tua boca suja,
e não estou em teu coração,
te iludes que me ama...
se um dia estinguires o egoísmo,
te livrares dos grilhões culturais,
se conseguires perguntar e ouvir,
então me conhecerás...
se conseguires ser o dono da tua vontade,
mestre das tuas escolhas,
e juntamente conseguires respeitar teu irmão,
me conheceras então, finalmente...
sou eu a onda ascendente do crescimento e da paz,
sou o detentor da renuncia e do amor inconcicional,
me defino como um crescendo texto poético qualquer,
me tenhas em teu coração e tu serás imenso e grande...
mas ainda dormes,
acordarás um dia,
e estarei lá,
me chamarás Liberdade.
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