quarta-feira, 23 de maio de 2012
redenção
pesa-me os olhos,
vermelho fadiga,
pesa-me a cabeça,
roxo vergonha.
d'autopiedade crua,
automutilação,
me irrito de culpa,
vítima própria!
nunca é tarde,
espero de fato,
conserto espelho,
perdôo o perdão.
divago em vento,
estou a voar,
liberto de mim,
amarras sangrantes.
tentarei hoje,
tentarei sempre,
preciso ser vivo,
preciso ter paz...
espero de mim,
espero demais,
sem pensar,
me abandonar!
deixo-me vivo,
deixo-me solto,
esqueço de mim,
e de mim lembrarei.
fatos apenas são,
viver é não ser,
viver é sentir,
sentir nem pensar!
ambiguo de fato,
em duas verdades,
infinitas que são,
basta saber.
sem culpa
nem perdão,
escolha,
em paz.
terça-feira, 22 de maio de 2012
escárnio
dor corre-me crua,
rasga meu ventre nu,
agonizo ao excrucio,
entrego-me a morte.
olhem-me covardes,
escondam-se entre si,
multidão sem cara,
com uma cara só...
minha face dada ao tapa,
apanha da maioria insana,
julgamento profano,
maioria sem bom senso.
olha minha morte,
ávida por um culpado,
sustentarão sua demência,
e se dirão convictos.
apenas maioria,
sem peso nem idéias,
pensa igual a nós?
mais pesado nosso voto.
podridão maldita,
domínio ao fraco,
darwinismo covarde,
mentes pútridas...
vis dominadores,
cruéis intenções,
apodrecerão em hades,
sorrirei dos prantos.
sou um dominado,
sou uma minoria,
sou a liberdade,
sou escravizado.
os covardes fétidos,
infames vendados,
com a venda da ignorância,
mutilam o próprio colo.
morrerão em sua grandeza,
pois tem número e só,
afogarão-se todos,
no mar da ignorância.
e eu minoria,
rirei de pronto,
depois calarei,
apenas terei piedade.
domingo, 13 de maio de 2012
alma de pássaro
impressões de fora,
nudez intelectual,
ninguém admitirá,
não saber quem é.
nada de mais,
admita,
perca seu chão,
convite a mudar.
pesque um pássaro,
assobia em triste,
canta em feliz,
infeliz?
não,
diferente,
brutalmente oposto,
a vida do alto...
asas ao vôo,
mude de perspectiva,
seja a calma do vento,
esconda-se da chuva...
sacuda-se ao se molhar,
seja o pássaro,
apenas por um momento,
cante quando infeliz.
voe alto,
voe grande,
la de cima veja paz,
tão tão procurada.
daí ela é visível,
o mundo menor,
mais simples,
livre...
acalme os ânimos,
seja livre,
cante na tristeza,
molhe-se na vida...
de nada valerá,
não tentar nada,
só um pouco diferente,
só um pouco pássaro.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
desesperança
curvo meu espirito,
arrependo-me no tudo,
até de me arrepender,
sou um covarde discreto.
pior tipo não há,
de fato é que me dói,
sereno e distante,
vazio e imenso.
choro em soluço,
mas de fato só calo,
triste angústia,
montada num cenho...
queria desistir,
queria subir,
queria descer,
quis nada ser...
vejo do mundo,
verdade demais,
minto pra mim,
sem verdade jamais.
hoje uma ilha,
doloroso escarnio,
solidão remota,
frio coração.
bate bate bate,
bate bate,
bate,
não mais bate...
daí um silêncio,
funebre funesto,
triste e vil,
coração que se pôs.
um dia foi meu,
viveu-se em vão,
espera no peito,
triste solução.
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